quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Anúncio por email!

Já falamos bastante aqui no blog sobre a fusão Itaú/Unibanco, e mostramos algumas das peças de comunicação que foram utilizadas para a integração dos funcionários das duas empresas. Uma dessas peças eram emails dos respectivos presidentes aos colaboradores informando sobre a fusão. A seguir publicamos o email que Pedro Moreira Salles, presidente do Unibanco na época envia aos seus colaboradores:


Pessoal,

Na última sexta-feira, ao desligar o computador e ir para casa, todos vocês faziam parte de um banco como poucos no país. Hoje, segunda-feira, vocês retornam ao trabalho como funcionários de um banco sem igual no Brasil. Durante muito tempo, falamos do Unibanco como um banco único. Pois bem: jamais ele foi tão único quanto hoje, dia 3 de novembro, uma data a ser lembrada na história do sistema funanceiro do país. Hoje, vocês começam a trabalhar num dos vinte maiores bancos do mundo – e no maior do Hemisfério Sul.

Ao longo do fim de semana, concluímos a negociação de fusão do nosso banco com o Itaú. Estamos unindo forças para criar algo muito maior do que a soma das partes. Nenhuma das estruturas está sendo adquirida pela outra. Todo o meu patrimônio, minha dedicação e a confiança que tenho em vocês estarão a partir de hoje inteiramente empenhados no destino desse novo banco, do qual serei presidente do Conselho, e Roberto Setubal, presidente executivo. Juntos no dia-a-dia da companhia, nossa ambição é transformar esse novo Unibanco-Itaú numa instituição financeira capaz de competir de igual para igual com os maiores bancos estrangeiros. Somos brasileiros, mas, agora, também seremos globais. Hoje, durante uma coletiva de imprensa será realizada à tarde, nos apresentamos ao mundo: chegamos, e temos o desejo de sermos tão competitivos quanto qualquer grande instituição internacional.

Em outras palavras: fizemos esse negócio para crescer, e crescer muito. Tomamos essa decisão em busca de escala local e global, sempre priorizando o crescimento da organização. O sentido dessa operação é expandir nossa capacidade de negócios, e todos vocês fazem parte desse novo e ambicioso projeto.

O que anunciaremos hoje é fruto de uma negociação que começou em julho de 2007, na sala de minha casa, entre Roberto Setubal e eu. Naquela ocasião, conversamos sobre as conseqüências da aquisição que o Santander acabara de fazer do banco Real. Pela primeira vez, estávamos diante de um banco estrangeiro com escala e capital, maior do que o Unibanco e do tamanho do Itaú. Nossa questão era como reagir a esse desafio. Até então, nosso sistema financeiro havia sido protagonizado por instituições nacionais, com raízes e origem no país. Era fundamental não cedermos espaço. A solução nos pareceu evidente. Não apenas pelo tamanho das nossas respectivas instituições, mas também – e eu diria, até, principalmente – pela admiração que tínhamos pelo trabalho um do outro, pelo respeito mútou que sempre pautou a relação nos nossos respectivos pais, e por aquilo que, na falta de palavra melhor, só posso definir como a intuição de que estava diante de um sócio ideal. De fato, ao longo de inúmeras outras conversas, Roberto e eu jamais divergimos. Foi o encontro de dois amigos que, por trabalharem em instituições concorrentes, ainda não haviam tido o privilégio de perceber o quanto tinham em comum.

Isso dito, esta fusão só se tornou possível graças à excelência do trabalho de todos vocês. Se há uma coisa que fez a negociação chegar a essa conclusão feliz foi a confiança que os dois presidentes tinham na extraordinária capacidade de seus colaboradores. É sempre mais fácil conduzir um processo de fusão entre instituições que contam com o mesmo capital de talento.

Num ambiente de inegável tensão no sistema financeiro mundial, efetuar uma operação desse porte na qual a estrutura de controle do Unibanco passa a ser a co-controladora do Itaú é a prova cabal de como vocês souberam conduzir de forma irretocável o nosso banco nesses últimos anos. Se alguém precisasse de mais uma confirmação da qualidade da nossa empresa, da competência dos nossos funcionários, da solidez de nossos negócios e da importância do Unibanco, aí está ela: estamos juntos com o Itaú, e o Itaú está junto conosco, numa parceria de iguais.

Quando fui anunciar ao meu pai um dos maiores negócios já fechados pelo Unibanco, na década passada, ele só me fez duas perguntas: o negócio é bom para o Brasil? Eu respondi que sim. E veio a segunda pergunta: e é bom para o Unibanco? "É", respondi. Ele disse apenas: então, pode fechar o negócio, meu filho. Fiel a nossa filosofia, mais uma vez estamos fechando um negócio que é bom para o Brasil e bom para o Unibanco.

Dito isso, o nosso projeto não foi interrompido. Veja o que aconteceu hoje como um salto qualitativo realmente notável – trata-se do maior negócio da história bancária do país – que não seria possível se a nossa instituição não fosse realmente extraordinária. Devo isso a cada um de vocês e, sem retórica, entendo que a cada dia que vocês se dedicaram ao banco nos aproximamos mais e mais da possibilidade de concretizar esse grande negócio.

Meu sentimento é de admiração, respeito e gratidão.

Pedro Moreira Salles

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI24082-16359,00-PEDRO+MOREIRA+SALLES+EXPLICA+FUSAO+AOS+FUNCIONARIOS+DO+UNIBANCO+POR+EMAIL.html

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